Ritalina: o que você precisa saber sobre este medicamento

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Blog Ritalina: o que você precisa saber sobre este medicamento

Comments (0) / 27 de setembro de 2017 /

Transtornos que envolvem dificuldades no aprendizado parecem mais comuns a cada dia. Resta a dúvida se a incidência deles realmente aumentou ou se trata apenas de uma evolução nos diagnósticos, que estão mais precisos. Junto a eles, somos surpreendidos por um nome: Ritalina.

A Ritalina é um medicamento, normalmente, prescrito para o tratamento de transtornos relacionados ao déficit de atenção. Trata-se do Cloridrato de Metilfenidato, um tipo de anfetamina que tem propriedades que agem diretamente no sistema nervoso central, deixando o cérebro no modo “alerta”.

Quais são as indicações?

O medicamento é indicado para pacientes com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e Narcolepsia. Porém, ele não deve ser o único agente utilizado: o tratamento correto associa a medicação às medidas educacionais, sociais e psicológicas.

O diagnóstico do problema não se baseia apenas em exames que avaliam fatores físicos. Ele parte de uma análise que leva em conta diversos componentes sociais, psicológicos, genéticos e ambientais. Isso porque existe uma linha tênue que separa a inquietação normal de uma criança dos sintomas do TDAH.

Entretanto, nem todas as crianças diagnosticadas com o déficit de atenção precisam incluir o medicamento no tratamento. Há casos que podem ser tratados somente com psicoterapia e o apoio da família e da escola.

Já a narcolepsia é menos comum e se caracteriza por sonolência além do normal durante o dia e episódios de perda do tônus muscular.

Hoje em dia, existem adultos que são diagnosticados com TDAH. E o medicamento é utilizado para o tratamento deles também. Normalmente, após algum tempo de uso, os sintomas do transtorno começam a melhorar.

Há alguma contraindicação?

Pacientes que são alérgicos ou sensíveis aos componentes da fórmula do medicamento, assim como portadores de hipertireoidismo, ansiedade, tensão, agitação, glaucoma, angina, arritmia cardíaca, tiques e histórico familiar de Síndrome de Tourette não devem utilizar o medicamento.

Na ocorrência de qualquer um desses eventos, o médico deve ser avisado e testes precisam ser realizados para averiguação.

Quais são os efeitos da Ritalina?

O medicamento melhora a concentração e o foco, fazendo com que a criança passe a ter um bom desempenho escolar. Para o adulto, também é benéfico em relação ao trabalho e aos estudos. Esses resultados positivos, por sua vez, deixam o paciente mais tranquilo, com a sensação de estar fazendo “a coisa certa”.

Em pacientes mais jovens, é possível observar uma menor incidência do desenvolvimento de depressão, ansiedade e distúrbios de comportamento.

Entretanto, não existem históricos de testes do medicamento em pessoas que não possuem distúrbios de concentração. Portanto, tomá-lo apenas para melhorar o desempenho em suas atividades não é uma boa ideia.

Além de os efeitos nesse caso serem desconhecidos — pode ser que não altere em nada a capacidade de percepção—, a Ritalina é um medicamento e, assim como todos os outros, também apresenta riscos e efeitos colaterais.

E quais são esses riscos e efeitos colaterais?

O uso a longo prazo do medicamento pode desencadear uma série de riscos, como convulsões, alucinações, psicose e até mesmo pensamentos suicidas. Não podemos nos esquecer de que trata-se de um psicoestimulante.

Além disso, o paciente pode acabar viciado no remédio, já que, após suspenso o uso, ele pode se sentir mais desorganizado e desligado. No caso de crianças, é normal que fiquem mais calmas após a suspensão do uso, mas qualquer alteração brusca na personalidade deve ser informada ao médico, que avaliará se deve ou não continuar com a medicação.

Aliás, qualquer efeito colateral que apareça em grandes proporções e ameace a vida em sociedade, a integridade e a saúde do paciente deve ser informada ao médico, que analisará se o melhor a fazer não é suspender a medicação e buscar outras terapias alternativas.

Fisicamente, podem surgir enjôos, aumento dos batimentos cardíacos, dor de cabeça, tonturas e reações alérgicas.

Como a Ritalina deve ser tomada?

O medicamento é indicado somente para crianças acima dos 6 anos de idade. Nesse caso, deve ser tomado 1 ou 2 vezes ao dia, começando com 5 mg e indo até 10 mg, caso seja necessário.

Adultos devem tomar de 20 mg a 30 mg divididas em 2 ou 3 doses ao longo do dia. Pacientes que sofrem de insônia devem tomar a última dose do dia no máximo até as 18h.

Entretanto, a posologia do medicamento é definida pelo médico, de forma personalizada. Existem pacientes adultos que apresentam bons resultados com a mesma dosagem infantil outros que necessitam de até 60 mg diariamente. Portanto, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico responsável.

Quais as polêmicas que envolvem a Ritalina?

O medicamento é vendido somente com prescrição médica e retenção da receita. Consultar um profissional é a melhor forma de ingerir o remédio com segurança e responsabilidade.

Existem muitas pessoas que oferecem a “droga” sem exigir a receita, mas na maioria dos casos, trata-se de remédios falsificados, ou seja, comprimidos de farinha.

O DEA (Drug Enforcement Administration), órgão norte-americano que administra os narcóticos, reforça que a Ritalina é legalizada para o tratamento do TDAH, porém, o aumento do uso do medicamento em terapia tem crescido muito nos últimos tempos.

Além disso, é sabido que existem pacientes que fazem uso abusivo e sem prescrição médica. Os efeitos do metilfenidato, presente na fórmula do medicamento, são comparados aos da cocaína por alguns jovens que já fizeram esse mau uso. Entretanto, há médicos que defendem que os efeitos não são semelhantes aos da droga.

Fala-se do aumento da incidência do uso de drogas entre portadores de TDAH, mas isso não está relacionado ao uso do medicamento, e sim a uma característica própria do cérebro de quem tem o transtorno. E, nesse caso, a ingestão da Ritalina seria um agente que diminuiria o risco do vício no futuro e, portanto, benéfica ao paciente.

Junto ao aumento das vendas do remédio, vem também o questionamento se os diagnósticos realmente estão mais eficientes ou se apenas vem sendo distribuídos indiscriminadamente, baseados em uma concepção estereotipada do problema.

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