Entenda a diferença entre Neurociência, Neuropsicologia e Psicologia

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Blog Entenda a diferença entre Neurociência, Neuropsicologia e Psicologia

Comments (0) / 13 de março de 2018 /

Os termos Neurociência, Neuropsicologia e Psicologia costumam confundir os profissionais e pacientes por estarem todos envolvidos com o mesmo objeto de estudo. No entanto, existem algumas diferenças que os caracterizam individualmente.

Conheça aqui os conceitos e especificidades de cada um deles e entenda melhor as distinções entre essas áreas de estudo! Boa leitura!

Neurociência

Essa ciência busca desvendar os mecanismos do funcionamento do sistema nervoso e suas implicações no organismo em geral, analisando esse sistema para entender as bases biológicas do comportamento — Bloom.

A Neurociência procura formular hipóteses, desenvolver estratégias metodológicas, propor experimentos em animais e seres humanos, analisar os resultados e embasar, refutar ou reformular perguntas fundamentais sobre o sistema nervoso.

O sistema nervoso central — também conhecido pela sigla SNC — é o sistema responsável por receber e processar as informações do nosso corpo, mantendo o seu funcionamento tanto na partes intencionais — como o movimento das mãos, dos dedos e dos pés —, quanto nas que não temos controle — sudorese, sintomas comuns em transtorno de ansiedade ou taquicardia.

As pesquisas em Neurociência iniciaram com a identificação da estrutura celular do neurônio. Depois disso, vieram os estudos sobre aprendizado e memória, neurogênese — formação de novos neurônios — e plasticidade neural — readaptação das funções cerebrais frente a um estímulo —, envolvidos nos processos cognitivos.

Também constituem objeto de investigação da Neurociência as pesquisas sobre os mecanismos neuronais envolvidos nos distúrbios psiquiátricos, nos transtornos e distúrbios de aprendizagem, bem como nos transtornos neurológicos.

A Neurociência busca conhecimento a fim de adequar o funcionamento do cérebro para melhor entender a forma como ele transforma, recebe, memoriza, seleciona, elabora, arquiva e processa todas as sensações captadas pelos diversos elementos sensoriais.

O que fazem os neurocientistas?

Os especialistas que trabalham nessa área são chamados de neurocientistas, responsáveis por analisar a parte fisiológica de lesões em casos de acidentes e a forma como essa lesão pode afetar o comportamento do indivíduo como um todo.

Um neurocientista lida com temas, como: estágios de desenvolvimento e envelhecimento do sistema nervoso, efeito de drogas, estudos da mente e estudos moleculares e celulares.

Neuropsicologia

A Neuropsicologia, por sua vez, utiliza-se das descobertas da Neurociência para interpretar o comportamento dos indivíduos.

Sendo assim, o neuropsicólogo fará uma avaliação clínica para determinar alterações nos processos cognitivos — memória, atenção, função executiva, viso-construção e percepção — e diagnosticar as disfunções cerebrais ligadas à audição, à fala escrita, à leitura e ao raciocínio lógico, que são determinantes para o desenvolvimento das competências que qualificam a aprendizagem.

A avaliação neuropsicológica investigará quais estruturas cerebrais estão comprometidas e quais estão preservadas frente à manifestação dos sintomas apresentados pelos pacientes.

O neuropsicólogo é capaz de: identificar transtornos psiquiátricos — distúrbios de ansiedade, sintomas de hiperatividade em crianças, aspectos depressivos, fobias e outras desordens mentais — e identificar os transtornos e dificuldades de aprendizagem, tais como dislexia, discalculia, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, disortografia, dislalia, dentre outros.

Como é feita a avaliação neuropsicológica?

Essa avaliação é feita para investigar quais funções cognitivas estão conservadas e quais apresentam algum tipo de comprometimento. Para isso, o neuropsicólogo utiliza testes, escalas e baterias padronizados para avaliar o desempenho das funções sensoriais, motoras, cognitivas, sociais e emocionais do paciente — atenção, linguagem, percepção, afeto, raciocínio, memória, aprendizagem, abstração e habilidades motoras e executivas.

Para realizar a análise, o profissional da área examina, de modo detalhado, a relação entre o funcionamento do cérebro e o comportamento do indivíduo, para, então, determinar o diagnóstico.

Psicologia

A Psicologia é a ciência que estuda a mente e o comportamento do ser humano ao mesmo tempo, a fim de ajudar pessoas em diferentes áreas de suas vidas. Essa disciplina envolve todos os aspectos da experiência humana, indo do desenvolvimento das crianças até o cuidado com os idosos.

É importante ressaltar que não existem versões diferentes da psicologia, mas diferentes abordagens da mesma ciência para casos distintos. Em alguns casos, pode-se dar mais ênfase aos comportamentos do paciente, enquanto em outros, aos seus processos cognitivos. Porém, todas essas diferentes análises pertencem ao mesmo estudo do comportamento e da mente.

Como é feita a avaliação psicológica?

A partir de uma série de exames e testes feitos com pessoas ou grupo de pessoas, avalia-se o funcionamento do cérebro e o comportamento dos participantes da análise. Qualquer indivíduo pode realizar a avaliação, desde crianças até idosos.

Essa avaliação auxiliará a identificar alterações comportamentais, dificuldades no processo de aprendizagem ou déficit cognitivo. Quando o diagnóstico de algum desses transtornos é feito precocemente, o processo de tratamento tende a ter maior sucesso devido ao trabalho feito logo nos processos iniciais.

Alguns dos sintomas, como falta de memória, disfunções motoras e dificuldade de atenção, podem indicar a necessidade de uma avaliação por meio dos testes que são padronizados de acordo com a faixa etária e o perfil do indivíduo.

O teste psicológico faz uma estimativa de variáveis latentes que não podem ser observadas de uma forma direta. Alguns exemplos são: inteligência, extroversão, altruísmo, ansiedade e otimismo. Embora possamos analisar essas características da personalidade de uma pessoa apenas com a convivência que temos com ela, o psicólogo precisa de dados mais precisos do que aqueles gerados pelo convívio.

Existem diversos tipos de testes psicológicos capazes de avaliar diferentes áreas mentais de uma pessoa, como inteligência, depressão, personalidade, atenção etc. Além dos testes, o psicólogo também pode optar por entrevistas ou observações.

Em uma entrevista, o profissional realiza uma série de perguntas que permitem gerar comparações com outras pessoas entrevistadas ou possíveis diagnósticos. Existem três tipos diferentes de entrevistas e, em alguns casos, as respostas do entrevistado são gravadas, enquanto em outros, apenas as anotações do psicólogo já são o suficiente.

Já nas observações, que normalmente são realizadas em escolas, hospitais e clínicas, podendo, também, ser aplicadas dentro do consultório, o profissional observa se o paciente presta atenção à tarefa, se parece distraído, se faz comentários e apresenta demais comportamentos.

Acompanhamento terapêutico

Também conhecido por AT, o acompanhamento terapêutico é um tratamento clínico destinado às pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade em se relacionar e conviver socialmente devido a limitações físicas, sensoriais, dificuldades no aprendizado ou comprometimentos emocionais

O acompanhante terapêutico auxilia o paciente em situações-limite, acompanhando de perto algumas circunstâncias cotidianas e intervindo sempre que necessário, oferecendo uma escuta terapêutica sempre que julgar preciso. O trabalho é feito fora do consultório e pode ser realizado na rua, na escola, no parque, no cinema, no ambiente familiar etc.

Psicoterapia

A psicoterapia — popularmente conhecida como terapia — é um processo que busca ajudar pessoas, casais ou grupos a resolverem questões emocionais. Por meio desse auxílio, os indivíduos aprendem a lidar com o estresse e as particularidades da vida familiar, pessoal e profissional. Ela também pode ser usada como um processo de apoio para pessoas que estão passando por períodos difíceis, como transições de carreira, luto ou divórcio.

Para ajudar as pessoas a desenvolverem hábitos mais saudáveis e efetivos, os psicólogos utilizam várias abordagens, como: análise de comportamento, psicologia analítica, psicanálise e transpessoal. Baseada em um diálogo entre psicólogo e paciente, a psicoterapia oferece um ambiente de apoio em que é permitido falar abertamente para alguém que não fará julgamentos e será neutro e objetivo durante a conversa.

Enquanto a Neurociência procura explicar os fenômenos neurais por meio de pesquisas experimentais, a Neuropsicologia utiliza essas informações para fazer uma avaliação clínica e diagnosticar as alterações de comportamento. Já a Psicologia Clínica ocupa-se em estudar as reações emocionais e as manifestações psíquicas em todos os tipos de pacientes.

E aí? Gostou do nosso post sobre Neurociência, Neuropsicologia e Psicologia? Não se esqueça de deixar um comentário para podermos tirar suas dúvidas sobre o assunto. Vamos lá!

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